Museu Verde Gaio – Lordosa

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Gastronomia

tradição gastronómica

Na gastronomia característica da região de Lordosa, pode-se encontrar uma grande variedade de pratos, doces e salgados, sejam de consumo mais comum ou específicos para alguma celebração. Entre estes os que a população melhor recorda e destaca são o pão e a broa de milho; bolas de carne e de sardinha; couve-galega com feijão vermelho e carne de porco; carne da matança do porco e assados, papas de rolão e papas de milho; rabanadas e fritas de farinha e de trigo; bolinhos de Páscoa (farta-rapazes); e a aletria.

tipos de gastronomia

Explore os diferentes tipos de gastronomia presentes na história de Lordosa.

O pão e a broa de milho são alimentos conhecidos e produzidos a nível nacional, mas muito típico em Lordosa, por suas produções de milho, eram os acompanhamentos mais à disposição e preferidos para acompanhar qualquer refeição, fosse ao pequeno-almoço ou almoço, ou mesmo na sopa. Eram feitas também com as bolas de carne ou de sardinha.

Um dos pratos mais apreciados e característicos é a bola de carne (normalmente entremeada para deitar a gordura para a broa) e de sardinha, feita em forno de lenha, este prato, de resto feito com farinha e ovos é um dos mais apreciados (Pinheiro da Silva, 2000).

Este prato muito distintivo da região era habitualmente cozinhado em grandes panelas de ferro, misturando-se os feijões com as couves-galegas, e a carne de porco que antes ainda se punha na salgadeira, cozendo em conjunto. Para entrada, migava-se um pouco de broa para uma malga, depois deitando-se aí um bocado da água da panela, mais um pouco de azeite e assim se fazia a sopa para comer antes das couves com feijão e carne.

Os habitantes relembram ainda a altura em que os professores pediam quem podia levar couves para a escola, para a tia Prazeres fazer sopa para aqueles que quisessem comer.

Em relação a grandes refeições de carne, estas eram mais associadas às festividades, matava-se dois porcos por ano, pela altura do Natal e pela altura do Carnaval, pois nas estações mais quentes a carne estragava-se mais facilmente. Os assados mais comuns são de borrego e de cabrito. Além das matanças que eram para alturas mais festivas, também se comia coelho e galinha.

As papas de rolão são feitas a partir do milho esmagado, pondo depois a cozer com um pouco de água, juntando leite até ficar cremoso. As papas de milho têm na base a mesma receita, mas com farinha. Por ser um prato salgado, podem ser comidas com carne de porco ou com chouriça.

Pela altura do Natal, os doces habituais eram rabanadas e fritas, estas últimas feitas com açúcar, farinha de trigo e/ou centeio, ovos e fermento em pó.

Os doces da Páscoa, também conhecidos por farta-rapazes, eram pequenos bolos muito característicos da Beira Alta, feitos nessa época nos fornos de lenha com a lata restante de velhos cântaros de água. Os ingredientes para sua confeção são a farinha, açúcar, leite, azeite e ovos.

A aletria era o doce mais cobiçado em Lordosa, e que se fazia de modo diferenciado do habitual, sendo que se utilizava água em vez de leite, e não com a raspa do limão ou da laranja, mas com a folha da laranjeira. Por cima era sempre adornada com canela aos pequenos quadrados, e quem tivesse habilidade escrevia os nomes dos amigos e familiares. Este doce era, regra geral, feito para a Páscoa, mas também sempre que houvesse convidados.

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